15 de abr. de 2025

 

Plantando a Mãe Terra no peito... Tum-tum

Por Ana Kelly Brustolin

Tum-tum! Cof-cof! Booom! Chuá-chuá...

O assunto meio ambiente urge reflexão, nos chamando à conscientização sobre as graves violações provocadas pelo ser humano que explora mal os bens desta Mãe Terra, cultivando maus hábitos e negando as sábias tradições de povos originários.

Em um mundo tão conturbado, muito se fala a respeito do tal “equilíbrio” – em todos os setores –, mas a busca pelo equilíbrio vai além da harmonia entre os seres humanos, haja vista que compreende a relação fraterna entre estes e a natureza, bem como entre estes e o mundo espiritual, os demais seres sencientes, as diferentes culturas e identidades, os largos conhecimentos e sabedorias pulsantes e existentes. Precisamos (re)aprender a nos colocar no lugar do outro e apreciar a valorização da diversidade e da equidade no lugar da mera igualdade formal.

Celebrar a vida é direito de todos! Atentemo-nos, portanto, aos pequenos atos: nossos e dos outros (que se dedicam a cuidar do ambiente nos lugares onde vivem), fazendo florescer generosidade e gentileza pelo verde e colorido percurso, protegendo a vida em curso.

É necessário distinguirmos “o Bem Viver e o bem-estar social”. Lemos em Ailton Krenak (2020), liderança indígena e imortal da Academia Brasileira de Letras, que o conceito de bem-estar está intrinsicamente ligado à sociedade de consumo, que trata a natureza como algo suscetível à exploração, capaz de fornecer recursos infinitos e ilimitados, enquanto estabelece a superioridade da espécie humana e não reconhece a nossa interligação e a interconexão com ela e os demais seres. Todavia, as causas das agressões ao meio ambiente relacionam-se aos pilares culturais, políticos e econômicos, que demandam amálgama de valores para um desenvolvimento ético, responsável e sustentável. O que estamos fazendo atualmente para resguardar a natureza?

Sabemos que educar e investir no ser humano consciente e responsável, pode ser um bom caminho para seguirmos agindo, além de caber às autoridades e à sociedade a responsabilidade e o compromisso com a vida e o efetivo exercício cidadão.

Aliás, uma bela canção para mostrar às crianças (em casa e na escola) trata-se de “Passaredo”, de Chico Buarque – que já fez parte da trilha sonora de “Sítio do Picapau Amarelo”, na década de 1970. Além de voar, os pássaros são conhecidos por seu cantarolar, e Chico Buarque parece ter retribuído os belos cantos dos pássaros à altura, em “Passaredo”, pois é uma bela canção e homenagem aos pássaros do Brasil, visto que cita uma lista imensa deles. Você é conhecedor do assunto? Se sim, ou não, acompanhe um trecho: “Ei, pintassilgo, oi, pintarroxo, melro, uirapuru, ai, chega-e-vira, engole-vento, saíra, inhambu, tordo, tuju, tuim...”

Ah, importante mencionar que a canção ainda apresenta a nossa “má fama” e impacto negativo entre estes seres. Em certo momento da letra, há um diálogo entre os pássaros: “Bico calado! Toma cuidado, que o homem vem aí, o homem vem aí...”

Guilherme Arantes também traz em sua canção, “Planeta Água”, um verdadeiro manifesto pela preservação da água, recurso tão basilar para a vida e que representa mais de 70% da superfície do nosso planeta e da composição de nossos corpos. Não à toa o refrão alude: “Terra, planeta água!”. Destaco o trecho: “Águas escuras dos rios, que levam a fertilidade ao sertão. Águas que banham aldeias e matam a sede da população.” Contudo, infelizmente, é um recurso tão maltratado pelo estilo de vida que temos adotado, seres humanos de míopes interesses econômicos.

Luiz Gonzaga, um dos maiores expoentes da cultura nordestina brasileira, também se preocupava com as questões ecológicas. Em “Xote Ecológico”, compôs em parceria com Aguinaldo Batista, e o nosso rei do Baião cantou: “Cadê a flor que estava aqui? Poluição comeu. E o peixe que é do mar? Poluição comeu. E o verde onde é que está? Poluição comeu. Nem o Chico Mendes sobreviveu.”

Assim sendo, vemos que o “progresso” e a “modernidade” conectam-se à cultura e à razão, enquanto o tradicionalismo e os saberes ancestrais à natureza e à sensibilidade, o que talvez justifique o modo de serem vistos como atrasados e inferiores. Mas caberia uma tentativa de equilíbrio entre esses para preservarmos a vida.

Neste ano de 2025, motivados pelos 800 anos da composição do Cântico das Criaturas de São Francisco de Assis, e entre outros motivos; o tema escolhido para a Campanha da Fraternidade (CF) foi: Fraternidade e Ecologia Integral e o lema: “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31). De acordo com o “Objetivo Geral da CF 2025”, este ano a temática ambiental retorna com o intuito de “promover, em espírito quaresmal e em tempos de urgente crise socioambiental, um processo de conversão integral, ouvindo o grito dos pobres e da Terra”.

Nessa vereda, boa vontade e elaboração de políticas públicas justas, com gestões éticas integradoras são essenciais, assim como as ações dos governos necessitam ser mais eficazes, contemplando: fiscalizações severas, aplicação de recursos em saneamento básico, controle do uso do solo, manutenção dos recursos essenciais de modo sustentável, conhecimento e educação ambiental.

Pois bem, não há planeta reserva! Só este: Planeta Terra. E, acreditem, apesar de ele viver sem nós, nós não vivemos sem ele. O tempo é hoje; agora. Carecemos de uma urgente conversão ecológica, ou seja, passar da lógica extrativista, que contempla a Terra como um reservatório de recursos infinitos – onde se permite retirar tudo o que, como e quanto quiser – para uma lógica do cuidado e da responsabilidade, que enxerga, sente e compreende a Terra, de fato, com o respeito que ela merece, um reservatório de recursos finitos, como já mencionaram diversas referências, entre elas, Pablo Sólon, na obra “Alternativas sistêmicas”, em 2019.

Nesse ínterim, precisamos nos entender e enxergar como parte da natureza, da Mãe Terra (Pachamama), e não como um mero ente que está fora dela, em posição de superioridade. Nessa visão, as mudanças são sempre cíclicas, nunca lineares, e nós mudamos de dentro e em sintonia com a nossa comunidade e com o Planeta. Portanto, caminhemos em direção a este entendimento.

Tum-tum, quá-quá, ahn ahn ahn, glub glub, cocóricó, bem-te-vi, quero-quero, coró-coró, tum-tum...

Publicado em:

"Plantando a Mãe Terra no peito... Tum-tum" - OCP News | As melhores notícias e histórias de Santa Catarina

7 de out. de 2024

 PrImAvErOu


Em meio às queimadas
ar poluído
céu cinza
e descaso
vias aéreas comprometidas
olhos ressecados
pulmões intoxicados
e vidas em desalinho
cof-cof

reverberam no corpo físico
os sintomas da negligência humana
os sinais de indiferença
os vestígios de frieza
assombrosa inércia.
Mas, há a conjunção adversativa
que muda, altera, movimenta o sentido da história
e oferece novas possibilidades à vida
as cores e flores ousam aparecer
para mostrar que esperançar
brotar, revelar, agir e ousar
são, também, maneiras preciosas
de se apresentar!


Publicado em minha coluna: PrImAvErOu - OCP News | As melhores notícias e histórias de Santa Catarina

8 de nov. de 2022

Sororidade

A prática da sororidade se dá em vários níveis e de diversas maneiras. Assim sendo, respeitar o modo de viver de todas as mulheres, elogiá-las (quebrando o tabu das competições entre nós), apoiar e incentivar o trabalho feminino, entre outras, são práticas de sororidade.


“Sororidade” é uma das novas palavras adicionadas ao VOLP – 6ª edição. 👏🥰❤️💐

 

Gratidão @juuu.silveirart pela parceria aqui comigo e pelas tuas artes incríveis!


#volp #sororidade #palavras #enemredação #dicasenem #português #línguaportuguesa #ortografia #redação #professoraanakellybrustolin #dicacotidiana






20 de jun. de 2021


 Olá, gente!

Os parênteses têm a função de intercalar no texto qualquer indicação que, embora não pertença propriamente ao discurso, possa elucidar o assunto. Assim, empregamos os parênteses:

1. Para separar qualquer indicação de ordem explicativa, comentário ou reflexão.

2. Para incluir dados informativos sobre bibliografia (autor, ano de publicação, página etc.)

3. Para isolar orações intercaladas com verbos declarativos, em substituição à vírgula e aos travessões.

4. Para delimitar o período de vida de uma pessoa.

5. Para indicar possibilidades alternativas de leitura.

6. Para indicar marcações cênicas numa peça de teatro.

Os Parênteses e a Pontuação

Atenção:

1) As frases contidas dentro dos parênteses não costumam ser muito longas, mas devem manter pontuação própria, além da pontuação normal do texto.

2) O sinal de pontuação pode ficar interno aos parênteses ou externo, conforme o caso. Fica interno quando há uma frase completa contida nos parênteses.

Exemplos:

Atentem-se à utilização dos parênteses. (Eles demandam um cuidado especial!)
Vamos acreditar (Por que não?) que cumpriremos a meta.

Se o enunciado contido entre parênteses não for uma frase completa, o sinal de pontuação ficará externo. Observe:

A pedalada começou em Florianópolis (Santa Catarina) e terminou em Torres (Rio Grande do Sul).

Arte: @juuu.silveira

18 de mai. de 2021


 Por meio da pontuação, indica-se, na escrita, as múltiplas possibilidades de entonação da fala, bem como a expressão de pensamentos, de emoções, de sentidos, tornando, assim, mais precisa a compreensão de um texto. Dentre os sinais de pontuação, recebo muitas perguntas dos alunos, amigos e seguidores sobre o emprego da vírgula. Há situações em que o uso dela é obrigatório levando em conta a estrutura da frase; em outras, se a deslocarmos, o sentido da frase será completamente alterado.

Exemplos:

Essa, amiga, nunca estuda matemática.
Essa amiga nunca estuda matemática.

Não, quero saber o que aconteceu contigo.
Não quero saber o que aconteceu contigo.

E aí? Se liga na dica de hoje!