10/02/2011 BOLETIM: Não Tropece na Língua nº 259 2 ª edição |
* Maria Tereza de Queiroz Piacentini
Diretora do Instituto Euclides da Cunha e autora dos livros 'Só Vírgula',
'Só Palavras Compostas' e 'Língua Brasil – Crase, pronomes & curiosidades' - www.linguabrasil.com.br
Para os linguistas, a língua-padrão se estriba nas normas e convenções agregadas num corpo chamado de gramática tradicional e que tem a veleidade de servir de modelo de correção para toda e qualquer forma de expressão linguística.
Querer que todos falem e escrevam da mesma forma e de acordo com padrões gramaticais rígidos é esquecer-se que não pode haver homogeneidade quando o mundo real apresenta uma heterogeneidade de comportamentos linguísticos, todos igualmente corretos (não se pode associar “correto” somente a culto).
Não há brasileiro – nem mesmo professores de português – que não fale assim:
– Me conta como foi o fim de semana...
– Te enganaram, com certeza!
– Nos diz uma coisa: você largou o emprego mesmo?
Ou mesmo assim:
– Tive que levar os gatos, pois encontrei eles machucados.
– Conheço ela há muito tempo, é ótima menina.
– Acho que já tinha lhe visto antes.
Então, se os falantes cultos, aquelas pessoas que têm acesso às regras padronizadas, incutidas no processo de escolarização, se exprimem desse modo, essa é a norma culta. Já as formas propugnadas pela gramática tradicional e que provavelmente só se encontrariam na escrita [conta-me como foi / enganaram-te / diz-nos uma coisa / pois os encontrei / conheço-a há tempos / já o/a tinha visto] configuram a norma-padrão ou língua-padrão.
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