Do bugado ao lagado
A pandemia do coronavírus trouxe a necessidade de adaptação de alunos e docentes ao ensino a distância. Confira o texto da professora Ana Kelly Brustolin sobre essa nova realidade no Jornal OCP News: https://bit.ly/2YXfzOQ
8 de jul. de 2020
6 de jul. de 2020
Vida? Presente.
Dedico esses dizeres a todos os meus colegas, professores.
Por Ana Kelly Borba da Silva Brustolin
Aparentemente, sinto-me perdida num mundo decrépitoImpossibilitada de escrever, mas não de pensar, o futuro
Estou presa à quarentena e observo meus companheiros
Estão resolutos, inabaláveis e perseverantes
E seguem como seres autótrofos fotossintetizantes
Produzindo o próprio alimento para a alma rutilante
Direciono-me a olhar a enorme realidade
O presente é tão vasto; abarca segundos em uma imensidão
Por favor, não nos separemos na adversidade
Nesse momento, o alento é unirmo-nos aos irmãos
– Até inda agora a palavra “irmão”
Era encontrada com força apenas no sermão...Não quero grafar o silêncio do cantar de uma história
Nem o barulho de desespero de outra.
Não quero grafar o suspiro final de outrem
Nem o barulho de quem ficou sem alguém.
Não quero grafar a interrupção derradeira da aula do professor
Nem o olhar saudoso e melancólico do aluno interlocutor.
Não quero grafar a rotina incansável da enfermeira e do doutor
Nem o barulho do hospital que soa no corredor.O tempo é a rara substância
O que temos para esse momento escasso de abundância
O tempo presente
Que se faz latente
E os homens existentes?
Seguem diligentes...
Pois, visivelmente, entenderam
Que o “inimigo invisível”
Pode devastar a vida corrente.
https://ocp.news/colunista/ana-brustolin/vida-presente?fbclid=IwAR3MMzETLmXgsL--SXghrqgJrek19Sg0ToF94Pq60Z12kXyxBGy75fzCbbQ
1 de jul. de 2020
Cordel Junino
Por Ana Kelly Brustolin
Adoro a festa de São João
Uma festa repleta de animação
Bandeiras, argolas e balão
Moças bonitas com vestidos e laços
de fita
E moços de bota e Chapéu de Palha
Neste dia ninguém trabalha
Só gargalha e avacalha!
Mas o que enche meus olhinhos
Sem dúvida nenhuma é a comilança
Quem não gosta do cheirinho?
Do pinhão, da pipoca, da paçoca e rapadura...
Cada trem bom que tem nesta vida!
Que esqueço até de limpar a
dentadura
Faço questão de provar tudinho
Antes de voltar para o meu ninho.
Meus amigos, já me disseram:
“para onde vai tanta comida?!
Comes tudo que vês pela frente
Parece que tens lombriga!”
Sempre de bom humor torno a
responder:
“É que não posso perder as
maravilhas desse mundo
que insiste em me surpreender”
Gente do Céu!
Tem bolo de milho, cenoura e fubá
Pé-de-moleque, batata doce e cocada
Tem pamonha, vergamota, mungunzá
e a canjica, que encanto
É pra gente se esbaldar!
Isso que não mencionei os salgados...
O milho verde, o pinhão
O caldinho de feijão e o famoso
quentão!
Além das belezuras e comilanças
Não podia faltar a música e as
danças
Pau de fita e quadrilha
Todos pulando em roda e em fila...
Sem deixar acabar a pilha!
O seu Zé chamando o povo pra
pescaria
E a dona Maria
No correio elegante enviando
recadinhos de amor
Mas, é claro, que a juventude
Tá de olho é “nas atitude”:
“A barraca do beijo”
Aquela que lhe permite realizar um
desejo...
Junho e julho adentram
Meses festivos e, de simpatias, “carregadinhos”
Ah, já tem gente se arrumando
Em posse dos seus santinhos...
O mais requisitado
Parece ser Santo Antônio
Vulgo, santo casamenteiro
Tem também São João e São Pedro
Que completam esse enredo!
Nesta festa a alegria é convocada
A animação fica por conta do folião
E pra completar
Além de comida boa, amigos e música
A fogueira não pode faltar!
Estamos em época de pandemia
O isolamento se fez necessário
E tornou todo esse momento “secundário”
Mas força aí, meu amigo!
E escuta o que eu te digo:
“Pega teu melhor traje
Enche teu interior de leveza e
animação
E, estando vivo, celebre a vida:
Viva, viva São João!”
Publicado em: https://ocp.news/colunista/ana-brustolin/cordel-junino-para-celebrar-o-dia-de-sao-joao
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